Quero passar um weekend com você

  26 de julho de 2014, mais uma edição do evento Motocapital, onde motociclistas do Brasil todo se encontram na Granja do Torto, gangues acampam em estruturas ótimas, a Heineken abastece tudo e shows incríveis acontecem. Um evento de verdadeiros piratas Rock and Roll cheios de boas histórias pra contar. Não sei se já contei isso aqui, mas meu pai já foi um desses motociclistas e conhece muita gente responsável por esse evento que acontece todo ano com atrações diferentes. Em 2014 era a vez da banda Blitz fazer um som pra essa gente fantástica. E lá fui eu levar um desenho pro Evandro Mesquita.

  Não conhece Blitz?!  Você se lembrar do Paulão, o mecânico da Grande Família? Ou o ex marido de Vani no filme Os Normais? Pois é, aquele ator é Evandro Mesquita que montou uma banda de sucesso nos anos 80 e ainda faz turnês com revival da época. A banda Blitz conquistou paradas de sucesso com o hit ''você não soube me amar'': 

  O show começou lá pra meia noite e até lá encontrei velhos amigos pela plateia. Antes do show, eu passei no camarim com a ajuda de um dos motociclistas do grupo Abutres. Meu pai tem velhos amigos nesse grupo e vários membros dele já me ajudaram várias vezes em diversas situações. Uma vez um deles me deu carona pra casa de madrugada na saída de uma festa bem longe. Entrei no camarim e Evandro me recebeu muito bem. Eu menti para os seguranças dizendo que meu nome era Thiago Mesquita, e eu era filho de Evandro, e quando o cantor chegou, ele confirmou a mentira. Entreguei um desenho improvisado pro Evandro e falamos sobre a colocação do Fluminense, time do coração dele. 

  Uma das melhores partes do show foi quando a banda tocou a música ''Cruel Cruel Esquizofrenético Blues'' que foi censurada no Brasil e proibida no rádio nos anos 80. A letra da música é ótima, e apesar dos poucos palavrões que tem, é uma idiotice censurar uma obra tão genial.

  Enquanto eu tento achar uma única vocação artística que eu seja realmente bom pra me dedicar, Evandro canta, toca e atua incrivelmente bem. Conhecer Evandro e ouvir pessoalmente aquele forte sotaque carioca falando comigo e rindo pra mim me inspirou, e até hoje, quando eu me sinto uma ameba sem conseguir produzir nada novo, eu escuto Blitz e volto a ativa.