sábado, 20 de junho de 2015

Genesis

  Buscar a origem de tudo é mais interessante do que contar a história. Tem certas coisas que eu já não me lembro mais, e tenho que buscar em anotações antigas, em pastas no fundo da prateleira. Foi em 2006, eu devia ter 10 ou 11 anos, e colecionava uma revista em quadrinhos brasileira que chamava ''Chiclete com Banana'', de Angeli. As edições da revista eram lançadas nos anos 80 para o público leitor alternativo de São Paulo, então era muito difícil conseguir comprar uma edição quase vinte anos depois. Eu tinha que ficar de olho em sebinhos e olhar raridades de boas livrarias. Pra minha surpresa, naquele mesmo ano, o diretor Otto Guerra lançou um filme dos personagens da revista. ''Wood e Stock - sexo, orégano e Rok and Roll'' era o título do filme que chamava milhares de alternativos ao cinema pra ver o declínio e a morte de Rê Bordosa. Eu não pude ir ao cinema ver o filme, que tinha classificação pra maiores de idade, mas logo consegui um dvd pirata do filme, chamei uns amigos da mesma idade que eu pra assistir. O filme é um desenho animado genial com cenas de sexo, palavrões e uso de drogas, por tanto tirem as crianças da sala.
                                                       Eis a primeira parte do filme.

  O filme me apresentou aquela que seria minha musa inspiradora pro resto da vida. Rita Lee dublou a personagem Rê Bordosa, e no final do filme, ela deu um depoimento sobre isso. Com 11 anos de idade, eu vi aquela mulher pela primeira vez e fiquei admirado. Era uma imagem Rock and Roll que me atraiu muito. O cabelo, os óculos, a maneira de falar. Fui pesquisar mais sobre Rita Lee e nunca mais parei.
                                     

  Em 2007 eu fui no meu primeiro show de Rita Lee, conhecendo apenas duas ou três músicas populares, daquelas que todo mundo conhece: Erva Venenosa, Ovelha Negra e Amor e Sexo. Fiquei ainda mais admirado pela atitude de Rita no palco: uma jovem senhora cobria a cidade de Rock and Roll. Desde então passei a ir em todos os shows que Rita fazia de graça na cidade, que era pelo menos um ou dois por ano, já que eu era uma criança e não tinha dinheiro pra pagar os ingressos. Em 2009 eu conheci Rita pessoalmente pela primeira vez em São Paulo. Comecei a conhecer as pessoas maravilhosas do Fã Clube, que viajavam pra várias partes do país pra ver Rita Lee tocar e me empolguei com a ideia. Em 2010 fugi pra assistir um show de Rita Lee em Goiânia na turnê ETC, e em 2011, depois de ter visto um show maravilhoso dela em Brasília, eu e meu antigo companheiro de shows, Lucas Rabelo, a encontramos no aeroporto, e eu dei meu primeiro selinho na cantora.





  Deste dia em diante passei a levar desenhos para a Rita Lee. Desenhos que eu virava noites detalhando para agrada-la, e entregava no aeroporto quando sabia que ela estava pra viajar entre um show e outro. Até então eu só fazia isso com Rita, até que um dia fui à um show de Arnaldo Antunes, e tive vontade de conhece-lo pessoalmente. Descobri o hotel que ele estava hospedado, e na dúvida do que levar pra ele, levei um desenho. Gostei da experiência e passei a fazer isso cada vez com mais artistas, como um fã tiete, e fui colecionando histórias legais.
  Meu sonho sempre foi ir à um show dos Rolling Stones e entregar um desenho pra eles no final de tudo isso, que começou com Rita Lee. Rita se aposentou dos palcos, no segundo semestre deste ano os Stones virão ao Brasil, eu já tenho pouco mais de 70 boas histórias, então nada melhor do que fazer um blog pra registrar tudo isso, não?!

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